"Devemos assumir que não faz grande diferença se [Portugal vai ter] uma saída limpa ou um programa cautelar. A ideia do programa cautelar é que não se deve usar, é um seguro que existe", afirmou Kathrin Muehlbronner, analista da dívida soberana para a zona euro da agência de notação financeira Moody's, em conferência de imprensa hoje, em Lisboa..Defendendo que, na ausência de uma linha cautelar após o programa de assistência financeira, é importante olhar para a "almofada financeira" que o país tem, a analista disse que o IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, "está neste momento a construir essa almofada", mas acrescentou que é preciso "esperar por maio ou junho para ver o que consegue fazer até lá"..Para a responsável da Moody's, "uma coisa não é melhor do que a outra"..Kathrin Muehlbronner alertou, no entanto, que não é de esperar que a trajetória do 'rating' da Irlanda por parte da Moody's seja "necessariamente seguida por Portugal", recordando que, no caso irlandês, a avaliação subiu para nível de investimento após o programa de resgate.."Não diria que a trajetória do 'rating' da Irlanda vai ser necessariamente seguida por Portugal. O 'rating' da Irlanda estava duas notas acima [em relação ao atribuído a Portugal] ao longo da crise e isso foi muito por causa da confiança maior na capacidade [de a Irlanda] de crescer e de crescer a uma taxa sustentável", explicou Kathrin Muehlbronner..A analista reiterou que, se um país não tem um programa cautelar, "deve ter outra coisa, como uma almofada financeira, e foi esse o caso da Irlanda".